Projeto que obtém silício de grau solar de alta pureza pode dar competitividade ao Brasil no mercado de energia fotovoltaica.
Um projeto do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para a obtenção do Silício Grau Solar (SiGS), material utilizado na produção de células solares fotovoltaicas e na conversão de energia solar em elétrica, dará competitividade ao Brasil na produção de painéis solares, colocando o país em patamar de protagonista no mercado.
O instituto desenvolveu a produção de SiGS a partir de uma rota alternativa metalúrgica, que viabiliza a obtenção de silício de alta pureza. Até o final dos anos 90, o material era obtido como subproduto do Silício Grau Eletrônico (SiGE).
De acordo com o pesquisador do Laboratório de Processos Metalúrgicos e coordenador do projeto, João Batista Ferreira Neto, o objetivo do Instituto é conseguir parcerias que viabilizem financeiramente o programa em escala industrial. Estudos de viabilidade mostraram que uma planta com produção de 100 toneladas de silício ao ano teria, em sua fase piloto, faturamento anual de 2,1 a 2,4 milhões de dólares.
O Brasil, ainda segundo ele, já é um dos maiores produtores mundiais de silício grau metalúrgico, com capacidade de produção anual de aproximadamente 200 mil toneladas. A proposta é agregar valor a este produto com o desenvolvimento do Silício Grau Solar, que atualmente é comercializado por cerca de 20 dólares por quilo.
O projeto do IPT foi finalizado em 2014 em parceria com a Cia. Ferroligas Minas Gerais (MinasLigas) e com financiamento do Bando Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).