Arquitetos comprometem-se com zero emissões

arquitetosA União Internacional de Arquitetos assumiu o compromisso de contribuir para reduzir a zero as emissões de dióxido de carbono associadas aos edifícios, num horizonte até 2050. A declaração ‘Imperativo 2050’, assinada na semana passada no âmbito do Congresso Anual da organização, na África do Sul, reconhece “o papel central dos arquitetos” no edificado, envolvendo os profissionais no desenvolvimento de ferramentas necessárias ao desenho no-cost/low-cost, energias renováveis e sistemas passivos.

Este é um feito único no seio da União, já que se trata do primeiro documento consensual entre as várias delegações regionais. A organização representa, atualmente, cerca de 1,3 milhões de arquitetos por todo o mundo.

No documento, os profissionais responsabilizam-se por promover e disseminar um planeamento neutro em carbono de cidades e edifícios, tanto de construção nova, como ao nível da reabilitação. Nos casos em que alcançar um balanço zero de desempenho climático seja impraticável, a prioridade será a eficiência máxima, “com a capacidade de produzir, ou importar, toda a sua energia através de fontes renováveis, no futuro”.
Para os arquitectos, é a ocasião ideal para promover ambientes construídos que sejam sustentáveis, neutros em carbono, resilientes e saudáveis. Num cenário actual em que 70% do consumo de energia e emissões de gases com efeito de estufa têm origem nos edifícios, “esta é uma oportunidade sem precedentes para reduzir as emissões de CO2 dos combustíveis fósseis ao colocar o sector global dos edifícios num caminho para o corte gradual de emissões em 2050”, afirmam.

Os compromissos ambientais foram apresentados em paralelo com preocupações sociais para o edificado global. Nesse âmbito, a declaração reforça a necessidade de “providenciar acesso igualitário a abrigo” e de um desenho de baixo custo. O documento contou com o apoio do CIALP – Conselho Internacional dos Arquitetos de Língua Portuguesa.